Hoje, segunda-feira da Semana Santa, reflitamos bem brevemente sobre a dor, o sofrimento e a morte. Essas expressões, em nosso tempo, se pudesse as eliminaríamos de nossas vidas, pois evocam imagens ruins e trazem presentes às limitações às quais todos nós estamos sujeitos...
É comum a gente ressaltar o belo, o jovem, a vida em todas as suas possibilidades, mas falar do sofrimento e da morte, está fora de cogitação para as pessoas que vivem o novo milênio... Na verdade, não aceitamos o sofrimento nem tampouco gostamos da idéia de que somos seres mortais...
A Semana Santa é esse tempo oportuno de meditar sobre o sofrimento e a morte. De qualquer um? Não, do próprio Filho de DEUS feito pessoa. Isso se reveste de um significado novo porque vamos refletir sobre o sofrimento que culmina com a morte sob à luz de JESUS CRUCIFICADO.
O sentido maior de tudo que meditamos ao longo desta semana não termina no fatídico calvário de JESUS daquela sexta-feira, não para ali, não se reduz à morte física, pois ela não é o fim de tudo, não teve nem terá a última palavra sobre tudo, antes, ela anuncia o alvorecer da RESSUREIÇÃO. E isso muda tudo!
Desde os primórdios do Cristianismo, a morte de uma pessoa era tida como um novo nascimento, ou seja, o verdadeiro dia do nascimento. Com a despedida deste mundo, a pessoa nasce definitivamente para a vida.
Há um teólogo que afirma em seus escritos que “A vida não foi criada para terminar na morte, mas para se transformar através da morte” (L. Boff).
Nesta segunda-feira, pensemos em nossa realidade humana, mas não fiquemos presos à temporalidade da vida, no seu efêmero, mais que isso, tenhamos a certeza de que é-nos dada através da fé, de que a morte aponta para algo mais pleno e muito mais completo. E isso faz toda a diferença, porque ninguém se entristece com o nascimento da vida, o broto que viceja numa outra realidade onde não há mais sofrimento, nenhuma dor, nem a morte, essa vilã indesejada... Assevera-se assim que “não vivemos pra morrer. Morremos para viver mais” (idem).
“DEUS NÃO VEIO SUPORTAR O SOFRIMENTO. NEM VEIO EXPICÁ-LO, MAS ENCHÊ-LO DE SUA PRESENÇA” (Paul Claudel).
“A CRUZ DE JESUS ILUMINA O MISTÉRIO DA ENFERMIDADE E A DOR DE TODOS OS SERES HUMANOS” (P. Francisco Alvarez).
DISSE JESUS: “EU AFIRMO A VOCÊS QUE ISTO É VERDADE: SE UM GRÃO DE TRIGO NÃO FOR JOGADO NA TERRA E NÃO MORRER, ELE CONTINUARÁ A SER APENAS UM GRÃO. MAS, SE MORRER, DARÁ MUITO TRIGO” (Cf. João 12,24).
Viva intensamente estes dias com muita fé...
Jade