Sou do tempo em que não havia água encanada. Os membros da família tinham que se abastecer da água proveniente do poço...
Na região em que morávamos havia uma água de boa qualidade, límpida de um sabor inigualável. Sabor? Sim, pois não muito distante dali, a água era salobre, meio salgada...
Havia poços rasos, outros muito profundos...
Tinha até rodízio, uma espécie de escala para quem seria o próximo a tirar água do poço, mas quase sempre a dona de casa era quem ia para o árduo trabalho munida de um balde com um corda para a beira do poço...
Alguns caprichavam e construíam uma espécie de cobertura toda de madeira ou de tijolos, isso servia de maior proteção às pessoas e aos animais que corriam o risco de sofrer algum tipo de acidente... Próximo da casa onde moro hoje há um poço inativo...
Você já teve por perto um poço?
Nos tempos idos, ter um poço com água cristalina por perto era sinal de riqueza. Dali se extraía a água para as mais diversas realidades do dia a dia...
Recolhia-se a água e a colocava numa tália ou moringa de barro, o H20 ficava fresquinha o dia inteiro, pois geladeira era coisa de gente que tinha grana e morava na cidade...
Lá nos tempos do povo da Bíblia, a seca imperava na região da Palestina e de Israel, isso desde os tempos de Isaac, Jacó, etc. Ter um poço era algo indispensável e imprescindível para a sobrevivência. As desavenças, os litígios, as brigas e contendas existentes eram vingadas muitas vezes por poços que eram cobertos por entulho ou soterrados, fazendo perecer aqueles que necessitavam do precioso líquido para viver...
Nas proximidades dos desertos, as tempestades de areia muitas vezes cobriam totalmente os poços. Podia-se viver ao lodo de um poço num dia e no outro, ficar sem... Já pensou que dificuldade, morrer de sede ao lodo de um poço que se tornou invisível...?
Os poços eram, na época JESUS, um lugar não somente para reabastecer suas talhas, mas também lugar do encontro dos moradores da proximidade das fontes ou dos poços. Ali as mulheres aproveitavam para dar um “oi” para os parentes e vizinhos, saber como estava passando alguma pessoa doente, colocar “as fofocas” em dia...
Enfim, era um lugar onde se falava de tudo e de todos...
Muita gente vinha de longe sob o sol escaldante buscar água, coisa que ainda acontece em algumas regiões do nosso país, principalmente do nordeste brasileiro...
E JESUS se referiu a si mesmo como sendo Água Viva. Imagine, se água é de suma importância para saciar a sede, ele era e é á água que sacia a sede eterna...
Disse mais: quem nele cresse não seria como uma fonte qualquer, ou um poço por mais profundidade que pudesse ter, mas que seria como rios de água viva, ou seja, água abundante, infinita...
Ninguém vive sem água. Pereceríamos todos e morreríamos de sede. O mesmo se dá quando em nossa vida espiritual deixamos de ir à fonte ou ao poço que de água viva que é o próprio CRISTO...
Numa das passagens mais belas narradas pelos evangelistas, está o encontro que JESUS teve com uma samaritana (cf. João 4,1-42). E onde foi isso? À beira de um poço sob o sol do meio dia... Vale a pena lê-la, relê-la e constatar a fé que teve uma mulher sedenta não somente da água potável de um poço, mas sedenta de paz interior, de alegria, esperança, justiça, e sobretudo de salvação... Ela soube reconhecer em JESUS aquele que saciaria sua sede para todo o sempre. Amém!
Só isso? Não! Ela saiu e foi anunciar a todos os que encontrou pela caminho a ir até aquela fonte de vida eterna...
É preciso ir até essa fonte! É de lá que emerge essa água viva, sempre disponível a todas as pessoas que a buscam pela fé. Ela jorra sempre e abundantemente...
Outras fontes de água poderão matar nossa sede momentânea, mas só CRISTO pode saciar aquela sede eterna que há em cada ser humano...
“SENHOR JESUS, se não me pedes para morrer em tua cruz, não deixes ficar com medo da minha!” (Orlando Gambi).
“SE ALGUÉM TEM SEDE, VENHA A MIM E BEBA! QUEM CRER EM MIM, COMO DIZ A ESCRITURA, DO SEU INTERIOR FLUIRÃO RIOS DE ÁGUA VIVA” (JESUS, cf. João 7,37-38).
“Na ternura de JESUS CRISTO”,
Jade.