PARTILHANÇA, PARTILHA NA
ESPERANÇA...
Havia morrido uma pessoa cuja vida tinha sido, no mínimo, diferente, interessante...
Difícil de enquadrá-la socialmente falando.
Mendigo não era, pois morava numa edícula com aquilo que conseguia angariar ao longo dia, seja através de esmolas que lhe davam, seja porque vez por outra lá estava ele engraxando sapatos...
Era uma pessoa que fugia aos padrões de nossos dias. Não soube que tivesse alguma preocupação que não fosse o de viver o dia de hoje. Se pudéssemos dizer que havia alguém que levava à risca as orientações de JESUS no que diz respeito ao “não vos preocupeis com o dia de amanhã”, tal pessoa era o “Grandeza”. Sim, todos o chamavam de “Grandeza”, nome que ele se dava a si mesmo...
Aliás nunca soube que tivesse sido registrado o seu nome em algum cartório...
Posses? Tinha um velho saco de lona bem surrado onde guardava alguns pertences de nenhum valor aparente. E um cão, já velho, que não o deixava por nada...
Era uma pessoa estranha sob o aspecto da opção de vida que levava. Banho? Somente quando, a chuva lhe pegava de surpresa!
Era uma pessoa esquisita se considerarmos que não se deixava enquadrar dentro de nenhum esquema preestabelecido... Ficava meses com uma mesma muda de roupa, e chegar perto dele exigia não se importar com isso... Sempre dizia que estava tudo bem... “Tudo bem, grandeza!”
Algumas vezes alguém ia viajar e pedia para o “Grandeza” dar uma “olhadinha” na casa, passar vez por outra e verificar se estava tudo em ordem. E olha que o “Grandeza” montava guarda próximo do portão... E quando voltava o dono da casa, queria lhe dar dinheiro como gratificação, ele não aceitava, só queria um pouco de comida...
Talvez por esse jeito generoso de ser, por ser uma boa pessoa, de aspecto tranquilo, as pessoas tinha por ele grande estima e consideração...
Não bebia nada que continha álcool, no entanto doce e refrigerante era o seu forte... Isso fez com que contraísse um diabetes, e o não controle da doença ceifou sua vida ainda muito cedo...
Quem ajudaria nos funerais? Não foi difícil. Surgiram pessoas que se prontificaram em colaborar com as despesas. Não, decididamente, o “Grandeza” teria um sepultamento digno de qualquer ser humano. As pessoas que o ajudaram não quiseram aparecer, ficaram no anonimato...
E o “Grandeza” que era gente da nossa gente, não foi sepultado como indigente...
Louco? Maluco? Pode ser! O fato é que a vida do “Grandeza” serviu de reflexão para a vida de muita gente. Ele ajudou, do seu jeito, muita gente.
DEUS se serve muitas vezes de pessoas que não são “normais”, que foge dos nossos padrões e paradigmas, para ensinar-nos a ser melhores, a amar sem fazer distinção de nada, a colocar-se a serviço uns dos outros, e sobretudo, a recordar que todos somos irmãos uns dos outros, independentemente de qualquer lógica humana...
O jeito de ser de DEUS é outro jeito, ELE não se prende às nossas convenções! É livre...
“DEUS avalia nossa grandeza pela quantidade de pessoas que servimos, não pela quantidade de pessoas que nos servem” (Rick Warren).
“Não diga ao seu próximo que espere até amanhã, se você pode ajudá-lo hoje” (Idem).
“EU VOS DEI O EXEMPLO, PARA QUE, COMO EU VOS FIZ, FAÇAIS VÓS TAMBÉM” ( João 14,15).
Na ternura de JESUS CRISTO,
Jade.