Todos os anos ela
volta trazendo consigo o milagre da transformação do belo que, embora
escondido, já existia dentro dela...
A primavera
voltou...
Ela é fiel às
estações, em seu ciclo. Sabe que será breve como também foram as demais que a
precederam, mas será diferente das demais...
A primavera
chegou, e embora voltando, ela é sempre nova...
Esta primavera
que chegou no porto do calendário no último dia 23, será diferente das demais à
medida em que soubermos olhá-la não somente com olhos, mas sobretudo, com os do
coração...
O que há de
encantador na primavera?
Acredito que
nesta estação há um parto de beleza rara que se vê a olho nu, numa espécie de
estética que cada um de nós traz dentro da alma, e que ao visualizá-la,
ajuda-nos a redescobrir que há uma primavera alojada no interior de cada
pessoa, ou ainda poderíamos afirmar que “das quatro estações, a primavera é
a mais bonita, porque colore a terra, perfuma o ar e contagia os corações
sensíveis com sua alegria”.
Vindo de ônibus,
outro dia, alguém comentava sobre seu jardim. Dizia que era pequeno, as
variedades eram poucas, e que aguardava o florescer de suas plantinhas, e que
cuidava com carinho das mesmas... A outra pessoa com quem ela conversava, dizia
que por morar num edifício, não tinha a mesma sorte, afinal como ter um jardim
num arranha-céu?
Porém, essa
pessoa falava acerca de um ipê amarelo existente no quintal de uma casa
existente bem defronte ao majestoso prédio.
Por eu estar bem
próximo de onde as duas estavam sentadas, continuei atento à conversa...
Num determinado
momento, a tal senhora exclamou: “É tão lindo ficar lá do 11º andar
contemplando o ipê amarelo... E sabe, você não vai acreditar: às vezes dá um
vontade de chorar só de ver aquela bela árvore!” Depois acrescentou: “esse ipê
me fala de uma ausência que se faz presença em cada floração, fala da saudade
do ipê existente no tempo da minha infância, e que embora tenha ficado no
passado, persiste em vir a tona em cada nova florada de primavera...”
A conversa foi
longe e a tônica girou em torno da primavera e natureza...
Pensei com os
meus “botões”: quantas “primaveras” de vida teria aquela senhora “admiradora”
do ipê florido? E a outra, aparentemente mais nova?
Primavera,
primavera... Você observou que ninguém diz fazer “verões” , nem outonos ou
invernos de vida? Eu mesmo já recebi vários cartões fazendo menção às
“primaveras colhidas na existência da vida”, acredito que você também...
A primavera
chegou!
A natureza a
despeito de tudo aquilo que o ser humano fez e continua fazendo conra ela,
apresenta-nos a nova edição da primavera! Se ela não estiver com a “cara” da
primavera de que gostaríamos de ver, pode ser que pareça tudo, menos
primavera... Ainda assim, florirão nos galhos das mais diversas espécies
as
árvores frondosas
ou pequeninas dando um multicolorido num espetáculo à parte... Essa “beleza
estará nos olhos de quem souber ver!”
Abre tem as
portas e as janelas do seu coração para a que a primavera possa ser vista,
aspiradas e que ela possa “desfilar” em lugares nobres e outros nem tanto
assim.
Não permitamos
que mais uma primavera aconteça em nossas vidas sem que deixemos de olhar e
contemplar essa beleza ímpar.
Deixe a primavera
dar o seu recado!
Sugiro que você
faça um propósito: o de observar por onde passa diariamente, mesmo em meio à
“selva de pedra”, o toque especial da mãe natureza despertando dentro de nós
uma primavera que precisa ser (re) descoberta, deixando florir o que há de mais
belo e nobre dentro de cada um nós...
A primavera é
como a gravidez da natureza, preparando a planta para os frutos que virão:
“Caminhe com a leveza da primavera. A Mãe Terra está grávida” (Provérbio
Kiowa).
Por favor, não se
esqueça: a primavera chegou!
“O inverno cobre minha cabeça, mas uma eterna
primavera vive em meu coração.” (Victor Hugo).
“Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas,
mas jamais conseguirão deter a primavera inteira (Che Guevera).
“TUDO O QUE VIVE
E RESPIRA CANTA LOUVORES AO SENHOR” Salmo 150.6
Jade